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A responsabilidade do crente perante a verdade – Por William MacDonald


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Qual é a aplicação dos princípios que devem reger a igreja, tal como são ensinados no Novo Testamento, no século atual?

Para podermos responder a esta pergunta, primeiramente é necessário darmos uma breve olhada para o estado da igreja professa nos nossos dias. Por todos os lados constatamos apostasia, falha e ruína. Existem vastas organizações eclesiásticas reunindo riquezas materiais e influência política, mas destituídas de poder espiritual. Encontramos o denominacionalismo e o sectarismo reivindicando a lealdade e o apoio de seus adeptos; contudo, apresentando um aspecto infiel e pervertido da igreja. Encontramos reuniões na igreja se ocupando com uma liturgia sem vida e um ritualismo que atrofia a alma, oferecendo ao povo sombras no lugar de Cristo. Encontramos um sistema clerical que reduziu o homem comum a um sacerdote estúpido, senão uma mera máquina de distribuição de moedas. Encontramos igrejas com listas de membros que incluem tanto salvos quanto não salvos, tanto verdadeiros crentes quanto aqueles que não têm uma união vital com o Salvador vivo. Por fim, encontramos igrejas que foram corrompidas pelo fermento do modernismo, que substituíram a mensagem da graça redentora por um evangelho social.

Se for perguntado o que deve fazer um cristão que se encontra em tal situação, só pode haver uma resposta: separe-se disso! Avance em direção a ele sem o bando! A Palavra de Deus é impiedosamente inflexível em sua insistência de que os crentes devem se separar de toda espécie de mal – seja eclesiástico, doutrinário ou moral.

“Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente? Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: ‘Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo’. Portanto, ‘saiam do meio deles e separem-se’, diz o Senhor. ‘Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei e serei o seu Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas’, diz o Senhor todo-poderoso.” (2Coríntios 6.14-18)

É inútil argumentar que um cristão deve permanecer dentro de uma igreja corrupta para ser uma voz de Deus ali. “Não há um único herói ou santo, daqueles cujos nomes brilham como astros nas páginas inspiradas, que mudou a sua época de dentro; todos, sem exceção, levantaram o grito: ‘avancemos em direção a ele sem o bando!’ […] O homem que vai ao mundo procurando elevá-lo logo se descobrirá diminuindo […] A posição mais segura e forte é fora do bando. Arquimedes disse que poderia mover o mundo se ao menos tivesse um ponto de apoio fora dele. Do mesmo modo, um punhado de servos de Deus pode influenciar o seu tempo se eles se parecessem com Elias, cuja vida foi completamente gasta fora da grandeza da corte e do domínio do mundo nos seus dias”.[1]

Se for perguntado o que deve fazer um cristão que se encontra em tal situação, só pode haver uma resposta: separe-se disso!

Para todos os que defendem a continuação em uma posição na igreja da qual sabem estar errada, Samuel fornece uma resposta poderosa e aguçada: “A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros”.[2]

Mas a pergunta permanece: o que a pessoa deve fazer depois de ter obedecido à instrução bíblica de “sair do meio deles”? Como resposta, sugerimos o seguinte plano bíblico:

  • Reúna-se na simplicidade cristã com um grupo de crentes com a mesma opinião;
  • Reúna-se somente a Cristo; faça dele a única atração. Embora tal política não vai gerar grandes multidões, ela pelo menos fornecerá um núcleo de crentes fiéis que não serão facilmente movidos por provações ou desencorajamentos;
  • Quanto ao local das reuniões, uma casa é totalmente satisfatória e tem um grande precedente bíblico (Romanos 16.5; 1Coríntios 16.19; Colossenses 4.15; Filemom 2). Aqueles que exigem edifícios esplêndidos com utensílios religiosos nunca descobriram realmente a suficiência total do Senhor Jesus como a pessoa para a qual seu povo se reúne;
  • Não adote nenhum nome ou plano que exclua da comunhão qualquer verdadeiro crente;
  • Não aceite nenhuma afiliação denominacional e recuse firmemente qualquer interferência ou controle externo que possa infringir a soberania da igreja local;
  • Resistia à tendência constante de deixar que o ministério caia nas mãos de um só homem. Em vez disso, permita que o Espírito Santo use os diferentes dons que Cristo deu à igreja e atue para a manifestação ativa do sacerdócio de todos os crentes;
  • Reúna-se regularmente para orar, estudar a Palavra, partir o pão e ter comunhão. Depois, empenhe-se num esforço ativo de evangelização, tanto individual como coletivamente;

Resumindo, procure reunir-se como uma igreja do Novo Testamento, no verdadeiro sentido da palavra, dando uma representação fiel do corpo de Cristo e obedecendo aos mandamentos do Senhor.

Permita que o Espírito Santo use os diferentes dons que Cristo deu à igreja e atue para a manifestação ativa do sacerdócio de todos os crentes.

É interessante notar que isso está sendo realizado por cristãos no mundo inteiro. Sem nenhum outro livro como guia senão a Bíblia, eles têm descoberto que esses princípios são de origem divina e os têm seguido, apesar de censuras e calúnias. Eles não aceitam outra autoridade senão a de Cristo, nenhuma comunhão senão a do seu corpo, nenhuma sede senão a do seu trono. Eles buscam em verdadeira humildade testemunhar da unidade do corpo de Cristo. Na sua comunhão, procuram suprir um santuário para os verdadeiros crentes, oprimidos pelo modernismo e males relacionados. Não há um diretório na terra que liste essas igrejas, não há nada de uma natureza terrena que as una. A sua unidade é exclusivamente realizada e mantida pelo Espírito Santo, e eles estão satisfeitos com isso.

Não há razão para que centenas de comunidades semelhantes não sejam formadas pela grande cabeça da igreja através do exercício do sacrifício e da oração do seu povo. Onde os cristãos tiverem captado a visão e estiverem dispostos a sofrer por isso, o Senhor recompensará seus exercícios e esforços, e cumprirá seus anseios para a sua glória.

É possível que, nas vésperas da vinda do Senhor, experimentemos e vejamos uma grande ação do Espírito Santo contra a apostasia na cristandade, e um novo e fresco movimento da sua graça na formação de pequenas igrejas independentes de cristãos que amam a Bíblia?

Que aquele que amou a igreja e se entregou por ela realize esta obra, para a sua própria glória!

Este texto foi extraído do capítulo final do novo livro de William MacDonald lançado no Brasil, Cristo e a Igreja: Um esboço dos princípios da igreja do Novo Testamento. Adquira já o seu.

Notas

  1. Meyer, Elijah: And the Secret of His Power, p. 65.
  2. C. H. Mackintosh, Notes on Genesis (Nova York: Loizeaux Bros., 1951), p. 155.
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